Pular para o conteúdo principal

Postagens

Dublin Presente. De alguma forma.

São Paulo.  Começa a segunda semana.  Chegada do Bernardo, colega também transferido de Porto Alegre. Com ele, sensação de "perdido" começa a normalizar. Já passo a fazer uso dos benefícios de transferência sem muita culpa. Me permito uma extravagância com um filé a parmegiana nada em conta em um local nada ordinário. Empada de quatro reais da semana passada compensada. Ótima comida, ótimo papo. Dia seguinte. É noite de jogo do meu Internacional. Hoje mais uma atividade social, aglomeração, do que propriamente uma paixão. Para assistir o jogo, encontro amigos gaúchos de vidas devidamente paulistanas . Bem-recebido com cervejas artesanais (um estoque delas) e uma boa conversa e histórias (outro estoque delas). Metade para final da semana se aproxima.  Um nome aparece com maior constância na grande mídia. Descubro que a banda de Dublin que acompanho desde 2010, que recordei em post aqui , além de possuir o mesmo nome de uma cerveja, é também o nome
Postagens recentes

São Paulo. Nova Fase. Vida Adulta.

1º de Março de 2020. Saio de Porto Alegre. Chego em São Paulo. Transferido para a capital financeira do Brasil. Grato profissionalmente. Sobre a mudança, estômago embrulhado:    Deixo o ninho de casa vazio - já era tempo, quase 30 anos.    Deixo meu amor em Porto Alegre - mas volto pra te buscar. Cheguei no domingo. Noite e garoa, tempo paulistano normal.Tudo certo no (des)embarque. Desempacoto camisas pra não amassar. Deito na cama, ligo o notebook, resolvendo pendência para trabalho do dia seguinte. Pleno domingo e meu senso de entrega tá ativo. São Paulo. Semana de trabalho extenuante padrão. Contato um antigo vizinho de infância, Mauricio Brentano, agora morador ao lado do hotel que estou. Casualmente (existe isso?) é aniversário dele nessa quarta, me convida pra ir num bar. Vou solo, sem conhecer ninguém. Logo sou apresentado aos amigos dele. Povo gente fínissima. Maurício baita dum anfitrião. Penso comigo: "isso vai dar certo". Noite a dentro, bebo algumas.

Vale a pena ver de novo - Desabafo

Achou que Intercâmbio é tudo mil maravilhas? Que Europa é primeiro mundo? E que primeiro mundo é uma vida de morango? Achou errado otário! E a prova foi o meu desabafo preso nos rascunhos arquivados deste blog. Segue na íntegra, sem alterações, tal como era meu pensamento na época, publicados somente agora, mais de 8 anos depois. Abaixo o John de 21 anos: Já ouviu falar daqueles casos no Brasil de receber uma conta cobrando milhões mesmo sem dever nada? A conta de luz na Irlanda vem a cada bimestre. No primeiro bimestre: 40 euros (pra dividir em 4). No segundo bimestre: 50 euros. No terceiro 780 euros!!! Que porra é essa??? Como a conta tava no meu nome e eu quero voltar ainda pra europa, não ia ficar devendo. Passou uma semana e eu ligando pra eles e conversando (ou sendo transferido de departamento pra departamento), me botando na espera. Cada vez que eu ligava era 30 minutos - 20 esperando, sério, é igual ao Brasil, talvez pior. O pior é que toda vez que eu ligava era

Aprendizados de Vida em Intercâmbio na Irlanda

Dando vida aos rascunhos ocultos deste blog, parados no tempo em algum período de 2011. Na Irlanda aprendi: que não importa o quanto tu faça algo por alguém, jamais espere algo em troca (tu não vai receber); que o dinheiro tem seu valor - muito menor do que eu imaginava; que ter dinheiro não basta, tem que ter tempo; que tudo na vida tem seu tempo ou, aprenda a olhar o mundo fora do que o concenso acredita; a me afastar de pessoas depressivas; a dar uma volta sozinho quando estiver entediado ou triste; que eu não preciso entender tudo o que uma pessoa fala, palavras-chaves bastam; o como é uma merda não conseguir ser entendido; a cozinhar comida que só eu gostaria de comer; a comer quase tudo; o valor de uma verdadeira amizade; o valor da família; o valor de uma ligação num dia ocioso; o valor de uma conversa num dia tedioso; que viajar é bom, quando sem preocupação; que tu vai se ferrar em alguma parte da tua vida, a diferença é como tu lida com ela; que tem um mo

Faísca no Porão Escuro

Ao revisar o blog, passados mais de 8 anos desde a viagem final, encontrei esse post guardado nos meus rascunhos. Palavras que me fizeram relembrar alguns momentos que estavam em algum lugar no porão da minha mente. Talvez o brilho, a faísca que faltava para voltar a escrever, fascínio que carrego ao conseguir dar voz aos meus pensamentos. Abaixo o excerto: Turquia. Lugar de misturas religiosas. Muçulmano, judeu, cristão. Vivendo lado-a-lado, pacificamente. Minha jornada de mais de um mês viajando começa por aí. Durmi no aeroporto de Londres e peguei o primeiro voo do outro dia pra Istambul. Entro no avião, sento numa das últimas poltronas vagas. Do meu lado, um homem muçulmano me encara fitosamente. Digo "hi" pra descontrariar, e ele retribuí de forma muito educada e com um sorriso simples no rosto. Tava viajando sozinho mesmo, não tinha nada a perder, então perguntei pra ele - logo de cara, percebo que existe uma pergunta poderosa pra início de conversa - &qu

Limpando a velharia

Hoje, mexendo nos documentos criados durante a viagem encontrei alguns rascunhos pro blog, assim como cartas e orçamentos feitos pras viagens. Como to querendo fazer uma limpa, pensei em compartilhar essas informações, até pra que fiquem armazenadas em um local seguro. Caso a google venha a falir, então não era pra ser. Sei q agora é muito improvável que alguém leia, mas faço isso pra mim mesmo. É demais ler esses posts e reviver coisas q nem lembrava. Se alguém ainda se interessar em imaginar como era, postarei agora umas quincalharias: Carta-resposta a vizinha dos demônios q reclamava de barulhos inexistentes (minhas desculpas a qm nao entenda inglês, to com preguiça em traduzir, se alguém quiser fazer comenta ai) "We acknowledge your position and your complaints, however, we do believe that they should not be directed toward us, as we are not the people who have been "extremely loud" or responsable for the noise you hear.  A week ago, we receive a complaint about

Um adeus, por ora

35 dias de viagem, de volta a terra tupiniquin, me orgulho da grandiosa experiência que tive e das imensas mudanças no modo em que passei a pensar. Longe de todo o status social que a realidade brasileira te obriga a ter, percebo o quão sem importância tem milhares de coisas a que tanto damos valor: carros (como diria o posto Ipiranga: apaixonados por carro como todo brasileiro); roupas de marca (já pensou que você paga - e muito - pra fazer propaganda?); aparelhos eletrônicos, do tipo: celular com o diabo a 4, TV gigante, DVD... Defendo até o fim a compra de um desses objetos citados acima se justificados sob necessidade profissional ou pessoal, além de simples desejo e/ou objeto pra contar vantagem. É bem verdade que o conforto do novo, da tecnologia mais avançada proporciona facilidades no cotidiano, mas pra isso, não vou deixar de viajar, conhecer outras culturas, obter e compartilhar conhecimento. A forma de pensar mudou muito e até pretenderia escrever a respeito do que pas