Pular para o conteúdo principal

Resultado da viagem a Galway

O resultado da viagem foi exatamente o que eu esperava. Valeu muito a pena.
O primeiro dia deu pra resumir em beleza natural e uma mistura de liberdade e solidão. Bem estilo aventureiro solitário, daqueles que fazem trilhas gigantescas desacompanhados. Segundo dia, amigos efêmeros e mais lugares incríveis.
Tudo começou quando...
Meu ticket mostrava o horário de saída do trem: 7:50am.
Acordei, arrumei as últimas coisas e 7:30 estava saindo de casa. Eis que eu me aproximo da estação do LUAS (bonde que me leva até a estação de trem). Próximo bonde só daqui a 15 min. Tenho que ir caminhando, geralmente leva 30 - 35 min, eu tinha que fazer na metade do tempo. E dale corrida até a estação, com mochila atolada de coisa. Só o que faltava perder o trem e comprometer a viagem toda.
Cheguei na estação 7:45am. Perguntei pro guarda qual era o trem.
Guarda - "O primeiro trem pra Galway é as 8:30am.".
¬¬ A trip não tava começando bem. Vamos olhar pelo lado bom: não perdi o trem.

Embarquei as 8:30. 11:15 chegava na cidade de Galway. Nenhum imprevisto no caminho.
Primeira coisa que vejo é um brasileiro tentando vender o ticket dele de volta pra Dublin. Brasileiro está em todo lugar.
Resolvi dar uma volta pela cidade e conhecer na  sorte mesmo. Mas os pontos principais estão todos pertos, o lugar é pequeno, nenhuma dificuldade em achar o principal pub, as igrejas, um castelinho, o rio que atravessa a cidade, e uma marcha com direito a gaita de fole pra celebrar o Easter Rising, levante do IRA(quando ainda tinham algum propósito) contra o controle do Império Britânico sobre a Irlanda.

Fui pro centro de Informações Turísticas e peguei um mapa, perguntei o que visitar e como chegar nos Cliffs of Moher. O rapaz me deu o flyer de uma companhia turística que só ele sabia onde era (ele me explicou, mas não foi muito eficiente).
Saí a perguntar em pubs, pra outras companhias e no final das contas, achei por conta própria mesmo.
No tour, várias paradas, aquela vergonha inicial de tirar fotos de si mesmo que foi passando aos poucos.
Até que cheguei nos Cliffs. Lugar fantástico, concorre as 7 maravilhas do mundo.
Cliffs of Moher
Várias outras paradas pras fotos em Burren e estou na cidade novamente. Cansado vou procurar um hostel. No primeiro que chego nada de vagas disponíveis. Tenho que ir pro próximo. Encontrei a mesma guria que fez o tour comigo, só um sorriso forçado, não parecia muito disposta a conversar.
No segundo hostel já me resolvo quanto a acomodação. Foi cara, 20 euros, sem café. Isso que dá resolver viajar de última hora num feriado de páscoa. Azar.
Chego, falo com meus pais, checo meu email. Era 20h30min, arrumei o alarme pras 22h30, desse jeito posso descansar e sair a noite pra algum pub.
Acordei 1h30. Puts. Já era, os pubs costumam fechar as 2h, não rolou. Tava cansado mesmo.

Segundo dia, vou me informar que horas sai o ferry pras Aran Islands. Descobri que só conseguiria voltar depois das 19h, e meu trem de volta pra Dublin saía as 18h. Depois pensei bem e não me arrependi de não ter visto as Ilhas, achei que era um lugar mais badalado, mas a ilha maior tem cerca de 300 habitantes, todos vivem naquele estilo de vida antigo.
Bom, fui pela mesma companhia que tinha ido no dia anterior, mas agora pra Connemara e o convento de Kylemore. Quando fui pedir informação pra comprar o bilhete, o agente já pegou o celular dele e mandou o onibus parar. Tinha recém partido. Nessa viagem conheci duas brasileiras (é como praga, estão em todos os lugares) e lá estava ela de novo, a guria que encontrei no hostel.
Esperei uma parada longa. Ela sempre com os braços cruzados e bem quieta (não exatamente o que se espera de alguém que queira conversar). Fui no banheiro, voltei e soltei: "Eu tenho que te dizer, eu não to te seguindo"(em inglês parece mais legal). Pronto, foi o bastante, ela riu e começou a conversar. Descobri que era canadense, estudante de direito e só estava de turismo pela Irlanda, mas o estilo estranho continuava.
Não gostava de tirar fotos de si mesma e não era de sorriso fácil, tirando as piadas que ela mesma fazia ¬¬, exatamente o estilo frio que é o estereótipo do europeu (que não se aplica aos irlandeses). Era bem estilo pegar trilhas sozinha e caminhar afuu.

Um outro grupo de excursão ia se juntar ao nosso ônibus. Italianada. Acho que tinha uns 20. Pra quê né, o que era um tour calmo, tranquilo transformou-se num coral de músicas italianas. hahahaha
O motorista, piadista coloca uma música francesa no ônibus. As francesas acompanham a música, e do nada, a italianada se rebela (forcei) e começa a cantar "Ô Sóle mio". O motorista resolve aumentar o volume da música francesa. Agora ficou um "Ô Sóle mio" gritado, que beleza! Eu rindo de tudo aquilo, junto com todo mundo, olho pro lado, nem um sorriso da canadense, não gostando nem um pouco. Azar, bati palmas e prestigiei o que EU achei engraçado.
Kylemore Abbey
A viagem tava terminando. Eu já com vontade de voltar, o que me preocupou, pq só passei 2 dias fora de casa. Perto dos 30 que quero ficar viajando, fica difícil.

To planejando já a viagem principal. Mas não vou revelar nada até que eu compre as passagens e tenha certeza do que vou fazer.

Comentários

  1. que massa meu velho!! E boas fotos, tambem!
    abraaço e se cuida ae, jojo!

    ResponderExcluir
  2. valeu bard!! se cuida pela argentina louca!
    Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Bah muito legal mesmo, mas não esquenta com essa de passar devagar a viagem, seria melhor se tu achasse com quem compartilhar a viagem...de repente encontra um grupo e segue o mesmo roteiro, já que está encontrando tanto brasileiro ha.ha.ha.

    ResponderExcluir
  4. Eta fotos legais essas... a do castelo então nem se fala. É os italianos são divertidos mesmo, é o sangue caldo(quente).Curta estes momentos por aí, peça ajudar... te cuida e Deus te acompanha pelo mundão afora. bjs

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Dublin Presente. De alguma forma.

São Paulo.  Começa a segunda semana.  Chegada do Bernardo, colega também transferido de Porto Alegre. Com ele, sensação de "perdido" começa a normalizar. Já passo a fazer uso dos benefícios de transferência sem muita culpa. Me permito uma extravagância com um filé a parmegiana nada em conta em um local nada ordinário. Empada de quatro reais da semana passada compensada. Ótima comida, ótimo papo. Dia seguinte. É noite de jogo do meu Internacional. Hoje mais uma atividade social, aglomeração, do que propriamente uma paixão. Para assistir o jogo, encontro amigos gaúchos de vidas devidamente paulistanas . Bem-recebido com cervejas artesanais (um estoque delas) e uma boa conversa e histórias (outro estoque delas). Metade para final da semana se aproxima.  Um nome aparece com maior constância na grande mídia. Descubro que a banda de Dublin que acompanho desde 2010, que recordei em post aqui , além de possuir o mesmo nome de uma cerveja, é também o nome

Visitas especiais

Não tem como deixar passar em branco. O pessoal que esteve na Irlanda nessa última semana com certeza presenciou momentos históricos nas ruas de Dublin. Começando pela inapropriada visita da Rainha da Inglaterra Elizabeth II. Rainha Elizabeth II em Dublin Seu primeiro dia de visita foi talvez o mais conturbado, onde todo o centro da cidade estava bloqueado, algumas poucas partes com acesso depois de uma revista. A cidade parecia citiada. Revista rigorosa na Parnell Square West General Post Office - 80% dos policiais da Irlanda em Dublin Claro que eu não deixaria de presenciar esse momento, mesmo com "ameaça" de bomba - 2 bombas caseiras foram desarmadas. Eu e o Cristiano fomos na Parnell Street (minha antiga moradia era lá). Protesto ressaltando o ódio dos irlandeses aos britânicos tava rolando. "Estados Unidos e Imperialistas Britânicos não são bem-vindos" Protesto pacífico, até começarem a tocar garrafas de plástico contra os Gardas (polícia d

Faísca no Porão Escuro

Ao revisar o blog, passados mais de 8 anos desde a viagem final, encontrei esse post guardado nos meus rascunhos. Palavras que me fizeram relembrar alguns momentos que estavam em algum lugar no porão da minha mente. Talvez o brilho, a faísca que faltava para voltar a escrever, fascínio que carrego ao conseguir dar voz aos meus pensamentos. Abaixo o excerto: Turquia. Lugar de misturas religiosas. Muçulmano, judeu, cristão. Vivendo lado-a-lado, pacificamente. Minha jornada de mais de um mês viajando começa por aí. Durmi no aeroporto de Londres e peguei o primeiro voo do outro dia pra Istambul. Entro no avião, sento numa das últimas poltronas vagas. Do meu lado, um homem muçulmano me encara fitosamente. Digo "hi" pra descontrariar, e ele retribuí de forma muito educada e com um sorriso simples no rosto. Tava viajando sozinho mesmo, não tinha nada a perder, então perguntei pra ele - logo de cara, percebo que existe uma pergunta poderosa pra início de conversa - &qu